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Para que todos tenham leitura em abundância e, como quem mel come, se enjoem e que as formigas não os alcancem...

Vamos viver no Nordeste, Anarina.
Deixarei aqui meus amigos, meus livros, minhas riquezas, minha vergonha.
Deixarás aqui tua filha, tua avo, teu marido, teu amante.
Aqui faz muito calor.
No Nordeste faz calor também.
Mas lá tem brisa:Vamos viver de brisa, Anarina.

Quando alguém me pergunta como vão as coisas, é Gessinger que me socorre: “na santa paz de Deus, no mais perfeito caos”. Também não reclamo. Já me habituei com essas coisas e acredito que a vida não será muito diferente disso nunca. E deve ser bom que seja assim. Sem rumo e com mil coisas malucas por um lado e uma sensação de que tudo está correto e do jeito que tem de ser do outro. Hoje não queria sair nem fazer nada, apenas descansar. Tive a grata alegria de dois amigos me ligarem, recusei os dois convites. É bom demais ter quem ligue, mesmo quando não se quer fazer nada. Um domingo inteiro colocando as coisas, o quarto e o computador em ordem. É disso que eu precisava. “Estou podando o meu jardim”.