30/08/2008

Recuerdos

Meus iguais,
Evoé!
Revirando arquivos encontrei agumas preciosidades (modéstia às favas) do "The Xinguara's Telegraph", jornalzinho que escrevia contando minhas peripécias no Pará. Segue texto da edição 00 de agosto de 2003
Expresso da agonia

A viagem BH – Xinguara é um evento extremamente difícil de ser descrito. Mais de trinta horas dentro do ônibus transformam o termo inusitado insuficiente para narrar a experiência. Não falo das belezas do cerrado ou das cidades que se sucedem num encantamento constante de vida brejeira. O espetáculo dantesco é o que se dá dentro do veículo.
Meus queridos amigos, leitores de tão prosaico tablóide, já ouviram o relato do gringo que passou a outra viagem toda (Xinguara – BH) conversando putarias com uma indígena. Sabe lá deus o que foi feito dessa nativa em Belo! Deve estar servindo de escrava sexual para o tal pervertido americano. Vou tentar descrever as peripécias pelas quais passei nessa vinda para o Pará.
Vocês não acreditam na quantidade absurda de crianças a bordo. E como gritam, pirraçam e choram, principalmente durante a madrugada. Fico por entender como essas criaturas desalmadas, que ainda tem o descaramento de se auto-intitularem mães, submetem esses monstrinhos a tão torturante e extenuante viagem. Parece que os diabinhos combinam de satisfazerem os seus intestinos em intervalos regulares e alternados de forma que o que o ônibus permaneça constantemente com cheiro de fralda descartável usada. Aproveito para deixar o meu protesto contra o infeliz que teve a idéia absurda de colocar ar condicionado em ônibus de viagem. Chega a me irritar estar de blusa de frio e cobertor vendo pelo vidro as pessoas de camiseta, em plena Palmas!
E como berram e correm pelo corredor esses terroristazinhos! Acredito que atendendo ao pedido das famigeradas mães, o motorista exibiu: “Xuxa só para baixinhos”. Realmente eles pararam de correr. Então eles apenas pulavam e gritavam tentando imitar as dancinhas. “Três patinhos foram passear...”
Um desses pequeninos, que responde pelo nome de Lucas, estava sentado duas fileiras à minha frente. Em determinado momento da longa viagem, ele ficou de pé no banco e voltou-se para trás, de forma que eu pude ver o seu sorris sapeca. Ensaiei um sorriso com o mínimo de simpatia que me restava, tentando não me contaminar pelo mau humor indiscriminadamente estabelecido no ônibus. Antes de eu terminar de esboçar o sorriso, Lucas gritou:
_ Qué? Pega!
Eu nem havia entendido o que ele havia dito quando fui surpreendido por uma bala na cara, que quase me partiu os óculos. E o pior de tudo é que a bala estava desembrulhada e caiu pelo assoalho. Não pude nem aproveitá-la. A cretina da mãe nem percebeu que o seu aprendiz de guerrilheiro estava atirando balas de morango nas pessoas
As comidas das paradas contribuem, e muito, com a disseminação do mau humor no balaio. Tenho certeza de que é feito um estudo rigoroso, minucioso e caro para escolher as piores bibocas, onde são servidas as mais terríveis comidas, para definir as paradas. Em presídios devem servir coisa melhor.
Além das comédias ridículas da MGM exibidas a bordo, a trilha sonora imposta pelo motorista (Daniel e Zezé de Camargo & Luciano), e do fedor dos milhões de pacotes de salgadinhos abertos ao mesmo tempo após as pardas, não faço idéia de como isso acontece, mas fato é que tem gente que consegue cagar no banheiro do ônibus. Às vezes tento imaginar o infeliz tentando se equilibrar, com as calças arriadas e os joelhos dobrados, e o busão a 90 km/h. recuso-me a acreditar que alguém assente-se naquilo.
Em momento algum quero desencorajá-los a fazer tal viagem. Esse relato foi escrito dentro do bus, após 32 horas de viagem. Desculpem-me o mau humor e ter dedicado todo o texto às inúmeras situações penosas, com destaque para inconveniências escatológicas. Basta a visão do Rio Araguaia para compensar todas as mazelas da empreitada.

28/08/2008

Reconvexo


Eu sou a chuva que lança a areia do Saara
Sobre os automóveis de Roma
Eu sou a sereia que dança
A destemida Iara
Água e folha da Amazônia
Eu sou a sombra da voz da matriarca da Roma Negra
Você não me pega
Você nem chega a me ver
Meu som te cega, careta, quem é você?
Que não sentiu o suingue de Henri Salvador
Que não seguiu o Olodum balançando o Pelô
E que não riu com a risada de Andy Warhol
Que não, que não e nem disse que não
Eu sou um preto norte-americano forte
Com um brinco de ouro na orelha
Eu sou a flor da primeira música
A mais velha
A mais nova espada e seu corte
Sou o cheiro dos livros desesperados
Sou Gitá Gogóia
Seu olho me olha mas não me pode alcançar
Não tenho escolha, careta, vou descartar
Quem não rezou a novena de Dona Canô
Quem não seguiu o mendigo Joãozinho Beija-Flor
Quem não amou a elegância sutil de Bobô
Quem não é Recôncavo e nem pode ser reconvexo

Caetano Veloso

Em puta tá

'
Quando vier, seja doce e arrebatador. Não me deixe escapar e não me dê tempo de nada, nem de um suspiro. Que tudo aconteça sempre na exasperação de um último instante. Quero a vida me arrebate como o que move o dedo no gatilho, como a mão que abre a escotilha, como o músculo teso que desfere o arpão. Não me dê folga. Não espere para que eu pense. Não me deixe titubear. Não há tempo para essas coisas ínfimas que o pensamento quer me imputar. Isso não tá em mim. Em puta tá.
Ston

Faltam-me palavras Sobram-me razões



27/08/2008

Tenho andado sumido daqui. Poderia dizer que é falta de tempo e de ânimo, mas no fundo é fuga mesmo. Volto amanhã. Esse blog me desnuda.
Stonto

24/08/2008


Revi “Como água para chocolate”. Chorei tanto que, depois de evaporadas as lágrimas, recolhi mais de vinte quilos de sal.


Ston

22/08/2008

"Ya no se encantarán mis ojos en tus ojos,
ya no se endulzará junto a ti mi dolor.
Pero hacia donde vaya llevaré tu mirada
y hacia donde camines llevarás mi dolor.
Fui tuyo, fuiste mía. Qué más? Juntos hicimos
un recodo en la ruta donde el amor pasó.
Fui tuyo, fuiste mía.
Tu serás del que te ame,
del que corte en tu huerto lo que he sembrado yo.
Yo me voy. Estoy triste: pero siempre estoy triste.
Vengo desde tus brazos. No sé hacia dónde voy....
Desde tu corazón me dice adiós un niño.
Y yo le digo adiós."
Pablo Neruda

21/08/2008

Cantar de si


Combinei com um amigo uma brincadeira: fizemos uma lista de amigos em comum e nos propusemos apontar músicas que identificassem cada um deles. Além deles também nos incluímos na lista. Tive alguns dias para tão árdua tarefa e, como era de se esperar (ou desesperar) escolher minha música foi a mais difícil. “Certas canções que ouço/ Cabem tão dentro de mim/ Que perguntar carece/ Como não fui eu que fiz”. E mais do que certas, são tantas e várias. Pensei na inusitada Under Pressure do Queen; considerei arriscar algo meio sem noção como Bille Jean – Michael Jackson. De melancólico que sou, pensei na bucólica Minha Casa do Zeca Baleiro e cogitei, também dele, o poema redondinho Nalgum Lugar, do E. E. Cummings, primorosamente musicado. Por não ser só de letra, pensei no Trenzinho Caipira do Villa Lobos. E meus devaneios continuaram já que não sou novo nem bossa. Talvez boçal, mas o punk rock não me pega mais...
Depois de muita peleja fiquei entre três. Duas delas são brejeiras e tristes: Lamento Sertanejo e Tristeza do Jeca. Dão conta de um lado meu que se recusa a sair do fundo da grota onde foi talhado. Ao final, talvez um tanto presunçosamente, escolhi a terceira: Iolanda da dupla Buarque & Milanés. Só o fato de ser um bolero já justificaria a escolha, mas, além disso, ela fala de um amor tão inquebrantável e, paradoxalmente, cheio de fragilidades. Vejo-me assim, pelo menos hoje. “E se me faltares, nem por isso eu morro. Se é pra morrer quero morrer contigo”. E pra você? Qual é a música?
Ston

20/08/2008

A corda e a caçamba

Pablo foi expulso de casa sem menos nem mais. Pelo menos é o que ele sente. No fundo ele tem pena do pai que, em circunstância alguma, conseguirá acompanhar a evolução da humanidade. O que pode se esperar de um sujeito que não consegue lidar com e-mail e terminais bancários eletrônicos?
Por mais insólito que pareça, Pablo decidiu que iria morar numa caçamba. Não é para lá que se leva os entulhos e tudo do qual se quer ver livre? Pois bem, fiando-se na hombridade que lhe é peculiar, arrumou sua maloca na caçamba de uma esquina pouco movimentada do bairro. Nem por um segundo considerou se levaria aquilo adiante ou não. Talvez ele tivesse mesmo surtado, mas ali ficara até o amanhecer.
Pouco antes de o sol sair, passou por ali uma criatura encantadora que puxou papo com Pablo. Talvez por um misto de solidão, desassossego e medo, Pablo se agarrou a ela com uma tábua de salvação, como o último gole de gim de uma tarde de sábado. Fizeram um sexo gostoso, atrás da caçamba. Foi bom.
Gustavo pensou em construir uma vida ao lado de Pablo. Chegou a levá-lo pra casa e preparou uma receita francesa com beterraba e creme de leite. Pablo preferiu sair da cidade e do país. Foi em busca de algo que ainda não sabe. Até hoje penso nele como o moço lindo e audacioso que, expulso de casa, encontrou o amor numa caçamba. E lá o deixou.
Ston

FRED LEVA JEITO XVIII

Depois de uma viagem de férias ao Ceará, onde Fred tem um parente, o moço voltou bronzeado e com um piercing novo. Dessa vez o adereço é no rosto e não teve como se safar do alvoroço familiar. Fred conteve a calorosa discussão quando saiu com essa:
_ Da próxima vez coloco num lugar onde poucos vejam.

19/08/2008

Meu doce amigo Celi, que sempre me aplica músicas maravilhosas, apresentou-me o paulista Fênix. O moço canta com voz pueril, da forma mais delicada possível. É algo encantador. Não sei quem é o compositor da letra que segue. Não me canso de ouvi-la. É algo indescritível.
¨

MARFIM
Faz tempo faz
As tardes foram e não voltam
Um tempo atrás
Bebemos cores no sótão
Sei que você não volta mais para mim
Ainda é capaz
Daquilo que outros não tocam
Nem lembro mais
Das coisas ruins dissipadas
Quem vai rabiscar meu marfim
Oh, oh, oh, quero você de volta
Oh, oh, oh, entra, nem bate a porta
Oh, mostra que está afim
Oh, oh, oh, quero você de volta
Oh, oh, oh, entra, nem bate a porta
Oh, mostra que está afim de mim

18/08/2008


O retorno da viagem é sempre menos animado, mas dessa vez teve um gosto diferente, teve um jeito estranho de retornar pras coisas do cotidiano. Estou realmente precisando de longas férias longe de BH. Música e livros, ar livre e caminhadas demoradas: é do que estou precisando desmedidamente. A saudade de um amor específico ou da própria cama perdem-se na inevitável constatação: “meu lar é onde estão os meus sapatos”. Cada vez mais me convenço de que não posso enraizar-me nem num canto, nem na estrada... Novamente roubando dalgum poeta: “Preciso encontrar alguém que queira encontrar alguém”.
Ston
Foto: Lourenço Lobsomem - Pousada Serra Que Chora
Maristela acordou muito cedo e teve preguiça de enfrentar o frio que imperava para além do aconchego das alfaias. Sabia que a neblina circundava a casa toda, que não enxergaria nem a porteira do curral. Ainda tonta de sono começou a pensar na vidinha tacanha que vivia no sítio com Almindo. Ele já deve estar ordenhando. Sempre acordava cedo e, depois de preparar o café forte e doce, ia para o curral cuidar das vacas. Ela já não pensava em melhorar as coisas no sítio para eles terem mais conforto. Cansara-se de tentar convencer ao companheiro de que poderiam viver um pouco melhor sem gastar grande fortuna ou cometer pecado algum. Queria uma vida melhor, mas isso não pressupunha, obrigatoriamente, a companhia de Almindo.
Com certo custo, levantou-se e foi tomar o café doce do marido. O mesmo café doce de todos os dias. Viu seu reflexo no alumínio areado das panelas. Teve saudade do viço da mocidade. Era preciso ter muita coragem para envelhecer com dignidade. Não era o seu caso. Preferiria morrer a ter que continuar vivendo no sítio.
Almindo sabia que perderia a companhia da morena logo. Conhecia as coisas da natureza, e a essência humana não difere das dos bichos. A cabrocha estava triste demais e, como ave canora capturada, fica amuada, sente falta de liberdade e quer céu.
Ston

13/08/2008

Friedrich Nietzsche define a alma alemã:
Um alemão que ousasse afirmar “Duas almas, oh! Habitam em meu peito” estaria bem longe da verdade, ou melhor, ficaria muitas almas aquém da verdade. (...) A alma alemã tem corredores e veredas em si, no seu interior existem cavernas, esconsos e masmorras; sua desordem tem muito de encanto do mistério; o alemão conhece os caminhos tortuosos para o caos. E como toda coisa ama seu símile, o alemão ama as nuvens e tudo que é turvo, cambiante, crepuscular, úmido e velado: todo tipo de coisa incerta, inacabada, evasiva, em crescimento. (...) O alemão mesmo não é, ele se torna, se desenvolve.
Acho que a minha é assim.
Ston
O bom professor tratou Silvânia com cortesia e muito atenciosamente. Ele usava o mesmo perfume amadeirado de sempre. Ela, independente do interesse em biogeografia, esquecera-se completamente da aula. A voz do propedeuta foi sumindo de sua atenção e, em menos de quinze minutos, ela só pensava na saudade que sentia de sua cidade natal e de Tiago. A origem da vida perdeu-se nas lembranças da praça da igreja e do abraço caloroso que o primo lhe dera na despedida. Estranhamente tudo parecia tão distante no tempo e no espaço que Silvânia pensou ter pelo menos uns dois séculos de existência. Quando voltou a se concentrar na aula já estava no finzinho. Naquela noite foi pro ponto de ônibus incomodada com essa sensação de tempo ido, passado e com o pensamento distante. Na viagem de volta pra casa leu, na rápida passagem por um muro grafitado: Réplubique Française, teve vontade de ser madame e passear por Paris. Antes de dormir, ela se lembrou do enterro: invariavelmente, depois de coberto o caixão, sobra terra. Sempre sobra muita terra.
¨
STon

10/08/2008


Depois de um final de semana de intenso trabalho tento retomar o rumo normal da vida. Como se algo na vida tivesse rumo ou fosse normal. E antes que o cansaço me derrube, passo pra naufragar um pouco na net. “Não há nada de novo sob o sol” e ainda sinto saudade de Martinha e de um monte de coisa boa. Sinto falta dos amigos responderem mensagens e e-mails. Fico muito feliz quando isso acontece e acho um tanto absurdo tal procedimento ser tão raro. Espero que eu sobreviva a mais uma olimpíada; a mais uma semana de trabalho usando o transporte público; a mais uma tonelada de reuniões e de textos e de projetos pra escrever e que eu realmente não precise ouvir a voz do Galvão Bueno.

07/08/2008

Precisão


Passei pelo passadio
Com pressa
Precisei ir pro Pacífico
Pena que você parou
Pressuponho
Que pacífica
Foi a passagem.
¨
Ston

05/08/2008

A Bunda, que Engraçada**

Drummond
A bunda, que engraçada.
Está sempre sorrindo, nunca é trágica
Não lhe importa o que vai
pela frente do corpo. A bunda basta-se.
Existe algo mais? Talvez os seios.
Ora - murmura a bunda - esses garotos
ainda lhes falta muito que estudar.
A bunda são duas luas gêmeas
em rotundo meneio. Anda por si
na cadência mimosa, no milagre
de ser duas em uma, plenamente.
A bunda se diverte
por conta própria. E ama.
Na cama agita-se. Montanhas
avolumam-se, descem. Ondas batendo
numa praia infinita.
Lá vai sorrindo a bunda. Vai feliz
na carícia de ser e balançar.
Esferas harmoniosas sobre o caos.
A bunda é a bunda,
redunda

**Menção honrosa em desagravo à bunda do Marcelo.

04/08/2008

Tem dias que parecem noites

Tive um dia daqueles. Uma filha da puta de uma segunda feira. Fui acordado as quatro da matina por meu vizinho que liga, embaixo da minha janela, o seu caminhão para trabalhar. Tive uma reunião na hora do almoço e uma outra, muito enfadonha, que começou com atraso, durou a tarde toda, teve chilique e não resolveu o problema (que é grave e tem prazo curto pra ser resolvido). Por causas e culpas que fogem ao meu controle (leia-se ineficiência alheia) voltará um cheque, de valor considerável, em minha conta. Sem dizer nos congestionamentos, ônibus lotado, dor nas costas e o fato d'eu estar trabalhando até agora (20:30). Parece que alguém no céu ou no inferno cisma que a minha vida deverá ser uma merda, faz tudo para que isso aconteça e é eficiente e eficaz em seus intentos. Uma coisa me alegra: não há nada que uma boa noite de sono e um milhão de reais não resolvam.
Um dia irmão, comemoraremos a vitória tão esperada. Os que jogaram, os que só torceram na arquibancada. E bêbados de nós mesmos, a mesa coberta com os destroços do combate. Difícil dizer o que é sangue, e o que é molho de tomate. Brindaremos as cadeiras vazias dos que lá não estão. Os fantasmas de uma geração. Um que morreu no exílio e foi devorado por vermes estrangeiros. Um que enloqueceu um pouco e tem delírios passageiros. Um que ía mudar o mundo e se mudou. Um que era o melhor de nós e vacilou. Nossa Rosa Luxemburgo que abriu uma botique. Nosso quase Che Guevara, que hoje vive de trambique. Estaremos você e eu, irmão, e os balões circundarão nossas cabeças, como velhos remorsos. E os garçons olharão para nós, e desejarão a nossa morte. Dane-se as nossas trapalhadas, estivemos nas barricadas. Não temos placas na rua, como heróis da resistência, mas, temos consciência de que os bárbaros não passaram.
Então você dirá:
- Como heróis ? Como não passaram? Meu querido, fui eu quem vi, não te falaram? Os bárbaros ganharam!
Luiz Fernando Veríssimo

03/08/2008

02/08/2008


Um pouco de Martha Medeiros

Era verão ou qualquer troço assim
Lua cheia ou algo parecido
Uma saudade ou quase a mesma coisa
Era amor ou mais ou menos isso