30/03/2009

MARÉ BAIXA 02

Quando viu Arlete pela primeira vez, Miguel logo intuiu qual era a profissão da moça. O visual, o perfume e o local onde estava parada não deixavam margem pra dúvida. Teve vontade de abordá-la, mas não arriscou, nunca foi bom nisso. Nem mesmo a embriaguês dava-lhe a coragem suficiente para tanto. Sentia-se estático, desnorteado e febril, como Raskólhnikov. Nem podia, ou sabia, dizer se era desejo ou não. Só sentia que era inevitável, urgente e emergente estar com ela. Precisava dela, mas não conseguiu chegar até ela. Depois de horas observando Arlete do bar, decidiu voltar no dia seguinte e, aí sim, preparado e com mais segurança, conversar com a moça de sorriso indecentemente lindo. Deve ser por causa desse sorriso que ela conseguiu três clientes naquela noite.
stoN

4 comentários:

Cosmunicando disse...

então nosso herói é tímido, inseguro? já começa a se desenhar um perfil...

Ston disse...

O perfil de Miguel saiu na Contigo da semana passada.
Rsrsrsrsrsrsrs
Beijo

mario disse...

resquícios claros de montes claros.

Ston disse...

Não... as putas não!!!!