08/09/2008

Era a segunda vez que lhe batia a repentina vontade de ligar para Cristiano. Seria só para ouvir a voz dele, não teria coragem de lhe falar nada. O que dizer não faltava, mas coragem sim. Era a mudança de estação, só podia ser. Toda vez era a mesma coisa: tinha vontade de ficar horas vendo velas coloridas se consumirem e sempre surgia essa vontade de reviver o que já não dava, o que já não era. Se é que foi.
Voltou pra cozinha em busca de outro café amargo. O bule vazio denunciava que era hora de passar outro ou de pensar em comer algo. Nem uma coisa, nem outra. Paulo foi até a banca e comprou uma revista de fotografia. Iria passar o dia no parque vendo as fotos. Não valeria a pena mesmo ficar em casa o tempo todo tentando não ligar. Tomou um picolé de limão e se sentiu melhor. A vida é feita de prazeres bestas. Tão bestas como o sorriso inocente e contagiante de Cristiano.
Ston

3 comentários:

Henrique disse...

você é um romantico, né? tonton.

Ston disse...

É impossível negar, sou o maior deles...

Anônimo disse...

vai levantando, vai...