Meu maior problema é ser jovem e lindo. É porque nunca fui jovem e lindo. Já fui lindo, e jovem, mas nunca ao mesmo tempo. Ninguém repararia mesmo. Um amigo psicólogo acha ser esse o motivo da minha atração por homens descritos como velhos e feios. Acho que ele me subestima. Uma pessoa feia só tem problema com uma bonita. Mas uma bonita consegue ao menos que a feia lhe pague o táxi.
Já caí por um rosto bonito, mas quando a sorte está lançada prefiro me garantir. Quando as luzes se apagam é festa ou fome. O problema é o dia seguinte. A alegria de algo belo acaba ao amanhecer. Há outro grupo perigoso: os casos perdidos. Dividem-se em três categorias: casados, transas de fim de semana e heterossexuais convictos. São os piores. Você entra de olhos abertos, aceitando as limitações. Quando vê está acendendo velas pretas à meia noite. E pergunta-se: “o que houve?”. Vou dizer, conseguiu o que procurava. Quem acha que sabe lidar com um caso perdido é quem sustenta os editores de romances baratos. (...)
Para quem quer se divertir sou um artista. O que sobrou de um. (...)
Sou de uma raça em extinção. Quando os gays ganharem direitos civis, seremos varridos para debaixo do tapete. Como os negros em “Aunt Jemina”. Tudo bem. Com esse rosto e voz, não me preocupo. Posso ser taxista. Há coisas melhores do que ser um travesti, mas não tenho escolha. Por mais que eu tente, não consigo usar sapatos sem salto. (...)
Sabe, dormi com mais homens do que os nomes da Bíblia. Velho e novo testamento, mas nenhum disse “Arnold, eu te amo”, que fosse sincero. E eu me pergunto: isso o incomoda? A única resposta honesta é sim. Incomoda! Incomoda muito! Mas não o suficiente.
Já caí por um rosto bonito, mas quando a sorte está lançada prefiro me garantir. Quando as luzes se apagam é festa ou fome. O problema é o dia seguinte. A alegria de algo belo acaba ao amanhecer. Há outro grupo perigoso: os casos perdidos. Dividem-se em três categorias: casados, transas de fim de semana e heterossexuais convictos. São os piores. Você entra de olhos abertos, aceitando as limitações. Quando vê está acendendo velas pretas à meia noite. E pergunta-se: “o que houve?”. Vou dizer, conseguiu o que procurava. Quem acha que sabe lidar com um caso perdido é quem sustenta os editores de romances baratos. (...)
Para quem quer se divertir sou um artista. O que sobrou de um. (...)
Sou de uma raça em extinção. Quando os gays ganharem direitos civis, seremos varridos para debaixo do tapete. Como os negros em “Aunt Jemina”. Tudo bem. Com esse rosto e voz, não me preocupo. Posso ser taxista. Há coisas melhores do que ser um travesti, mas não tenho escolha. Por mais que eu tente, não consigo usar sapatos sem salto. (...)
Sabe, dormi com mais homens do que os nomes da Bíblia. Velho e novo testamento, mas nenhum disse “Arnold, eu te amo”, que fosse sincero. E eu me pergunto: isso o incomoda? A única resposta honesta é sim. Incomoda! Incomoda muito! Mas não o suficiente.
Nova York, 1971
Arnold Beckoft
“Essa estranha atração”
7 comentários:
na primeira frase parei.
Duvido.
Muito Bom! Muito Bom!!!
Beta
"Numa rua ajardinada dos dois lados realizava-se uma batalha. Um dos oficiais chamou Napoleão e disse para ele se esconder atrás de um homossexual. Napoleão saltou para o abrigo e permaneceu atrás do homossexual que sorria pra ele de instante a instante...". Ele não foi atingido. As balas não atingem os homossexuais. Um viva a Arnold Beckoft!!!!
Marcelo.
Marcelo, "Viva eu, viva tu e viva o rabo do tatu!".
Oie!!! Obrigada por aparecer por "lá"... vamos nos visitando.... rsrsrs.
Beijão
Adoro!!!
Adorei vc visitar meu blog e as msgs q deixou la...
Nos visitaremos sempre!
bjos
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