04/04/2010

Por engano I

Foi de uma forma desconcertante que Eziel conseguiu ajeitar o passo após o tropeção, o que era difícil de ser feito em calçamento tão irregular e úmido. Sentiu uma vergonha seca por parecer tão desajeitado justo em frente à loja onde Sofia trabalha. Pegou com todos os orixás para que ela, ou alguém que o conheça e possa dizer a ela, não o tenha visto quase a se estabacar tentando avistar Sofia. Por os olhos nela, ainda que muito rapidamente, e de longe, era melhor do que não vê-la por tanto tempo. A vergonha foi diluída no pensamento de que talvez, no dia seguinte, encontrasse a menina na volta da igreja. Eziel voltou cansado pra casa, pois percorrera a cidade de um lado a outro a pé. Era um dos menores esforços que fazia para satisfazer sua muda paixão. Tomou uma sopa quente e dormiu cedo. Tinha muito o que ser feito no dia seguinte.
stoN

2 comentários:

Vinha disse...

É mais sensato não ceder ao tentador prazer dos sentidos, afinal de contas não se come somente com a boca.

Ston disse...

Vinha, é preciso estar atento a todos os sabores... Bj