17/09/2010

Por engano IV

Eziel, numa ansiosa exasperação, repleta de curiosidade e medo resolve seguir a moça. Como não se apaixonar pela delgada, delicada e diáfana figura de Sofia? Por certo, tratava-se da mulher de sua vida. Não lhe restava a menor das dúvidas. Entrou no coletivo logo atrás dela e assim que o mesmo tomou os rumos do Bonocô notou o quanto o leve desgrenhar dos cabelos tornava sua feição mais jovem e angelical ainda. Parecia uma criança que volta pra casa depois de uma peraltice no quintal, cheia de vivacidade e com um cansaço leve, que justifica uma tarde ensolarada em qualquer lugar bucólico do planeta. Eziel divagava em desejos enquanto o ônibus percorria a ruas soteropolitanas e, com um semblante que poderia ser de preocupação, Sofia distraidamente olhava para fora da janela. Esse ar distante agradava a Eziel. Ele decidiu que falaria com a menina hoje. Definitivamente, assim que ela chegasse ao ponto de destino, ele a abordaria. Continuou a observá-la.
stoN

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