13/12/2008

Aos pares, como se enviados por uma divindade, saíram do prédio. A noite debruçava-se sobre tudo. Gabriel teve certeza de que seu companheiro não o ajudaria muito na missão daquela noite. Era um novato com cara de leitor do Tchechov e fã do Woody Allen. Tentou se concentrar no trabalho, confiar no parceiro. Teve progresso, mas as palavras de Beatriz, ditas na noite anterior, reverberavam: “Gabriel, quando você vai tomar as rédeas das coisas?”
Gabriel é a mistura exata de um poema do Leminski com uma personagem do Tarantino. Beatriz também percebe nele umas coisas de Almodovar e é isso que a fez se apaixonar perdidamente por ele.
A despeito das desconfianças de Gabriel, a noite correu como o previsto no planejamento. Ele deixou o companheiro perto do metrô e voltou pra casa decidido a tomar as rédeas de tudo. Beatriz se orgulharia dele.
Ela foi a primeira a morrer com um tiro certeiro na testa, depois de ter gozado bastante embaixo do corpo muito bem delineado de Gabriel. Sentado na cama para fumar um cigarro, tomando cuidado para não sujar a cueca branca de sangue, ele observa a mão que segura o cigarro. A mesma que disparou o tiro que deu início ao seu despertar. Um amigo sempre elogia a beleza de suas mãos. Ele será o próximo. Gabriel foi tomar banho e se masturbou.
stoN

6 comentários:

Adrianna Coelho disse...


coisas do subsconsciente, ston... ahahahaa

muito bom!

quando eu vi o crime, fiquei surpresa... rs

Cosmunicando disse...

sinistro esse Gabriel hein! rsrsrs

Ston disse...

Pav, vai saber de onde vem esses trem...

Ston disse...

Pad, esse Gabriel é tudo!!!!

Gabriel disse...

rsrsrsrsrsrsr....
MUITO BOM!!!!!!!!!!!!

Ston disse...

Obrigado, nêgo!