30/03/2008


Quando jogou o cabelo para trás do ombro direito e ajeitou o decote da blusa azul, tentando passar segurança, tive certeza que nunca iria contratar os serviços dela. Mesmo que fossem tão bons quanto ela se esforçava enormemente, e o tempo todo, em demonstrar.
Passei o resto do dia preocupado em acordar muito cedo no dia seguinte, em ter que ir ao médico e enfrentar bisturi. Tentei desviar meu pensamento, pensar em coisas mais interessantes. Comecei a vasculhar registros mentais: Onde foi que vi pela última vez a carta altimétrica de Ponte Nova? Quem foi que me ligou de madrugada? Como eram deliciosos os cajus do sul do Pará...
Decidi não sair na sexta, na certeza de que o álcool não me faria bem. Depois desdecidi e saí. Foi ótimo. Precisava mesmo de distração para as minhas inquietações. Acordei o mais disposto dos homens no sábado, mesmo tendo chegado as três e tanto da matina em casa. Aproveitei um bom churrasco depois de uma bela manhã de um bom trabalho e encerrei com um delicioso show gratuito do Milton Nascimento e um tradicional e tranqüilo butequinho em Santê. Uma excelente e adjetivada programação, pra um bom fim de mês, no meu fim de carreira, em pleno fim do mundo...

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