18/04/2008

Parecia que era sábado. O sol era quase do meio do dia e estava muito quente. Arlindo olhou novamente para a estrada e nada via, nada havia. Nem uma viv’alma. Maldita hora em que resolveu ser mochileiro. Cíntya o avisara que já era velho demais para tal, mas não ouvira. Seu primo Gustavo o alertou que as estradas não eram mais tão seguras como na década de setenta, mas ele não ouvira. Agora ele continuava não ouvindo nada. A estrada está deserta, ele tem fome e não há a menor perspectiva de algo mudar essa infame realidade.

Depois de cinco anos de noivado com Cintya, resolvera ter uma aventura inusitada, para espairecer um pouco. Não agüentava mais a vidinha medíocre que levava na empresa. E agora que iria começar num novo emprego, queria dar uma relaxada. Parou de pensar nessas coisas e começou a fazer planos para o casamento. Tudo que ele queria era uma vidinha tranqüila.

Do outro lado do estado, Cintya prepara uma salada para o almoço em família. Pensou em Arlindo por um segundo. Um observador incauto diria que ela rezava por ele, mas no fundo ela pensava se queria realmente continuar com o noivo. Talvez fosse melhor que ele não voltasse. No dia seguinte ela recebeu a notícia de que Arlindo havia telefonado, mas pediu para que não a acordassem. Deixou recado que estava bem e que voltaria em dois dias. Tempo suficiente para ela fazer as malas e não estar em casa quando ele chegasse. Assim ela o fez.

2 comentários:

mmarx disse...

Cintya puta... eu já sabia...tentei avisar Arlindo, mas ele não acreditou. Pobre Arlindo...

Ston disse...

Meu rei, o corno é sempre o último a saber. E, muitas vezes, não quer acreditar....