11/12/2007

Espeliotemas

Tomo Primeiro
III

12:16. Puta que pariu! É sempre a primeira coisa que vem à mente de Fabiano nas ressaqueadas manhãs. A presa saiu cedo. Deixou um bilhete cretino e não levou a prataria da casa. Menos mal. Pior do que a ressaca seria ter que parecer simpático ou, pior ainda, interessado em levar o flerte a um relacionamento maduro e duradouro. Nada na geladeira além de duas peras e uma fatia de pizza. Tomou bastante água e voltou pra cama. Vômito. Nunca mais eu bebo. Puta que pariu! Vômito. Depois das quatro da tarde e de ter dormido um pouco mais, começou a voltar à forma/condição humana. Toca o telefone. Alguém perguntando por Edilene. Nunca ouvira tal nome.

Às seis da tarde saiu pra almoçar. Sanduíche na esquina. Muita Coca Cola pra hidratar. Era comum Fabiano ter a sensação de que era seguido. Sempre achou que era uma neurose absurda, sobretudo quando imaginava que o perseguidor era Kafka. Poderia ser pior, consolava-se. Poderia ser Barbra Streisand montada numa zebra, usando sombreiro e enormes óculos escuros espelhados.

Voltando da lanchonete, Fabiano resolve dar uma volta e, depois de uns quarteirões, assusta-se com Pedro, parado na esquina e com aquele mesmo olhar (acolhedor e cúmplice) de sempre. Será que ele estava seguindo-o? Foi em direção ao rapaz. Ouve-se ao longe a sirene de uma ambulância na tarde que se desmantela em noite quente. Decidido, Fabiano caminha em direção a Pedro que lhe abre um sorriso. O balconista é obrigado a interromper o passo antes de atravessar o asfalto para que um ônibus passe.

2 comentários:

Anônimo disse...

Vixi, anda logo com essa história.. tô doido pra saber onde vai dar.... Bjos Celi

Anônimo disse...

Pode ser que dê e pode ser que não dê, vai sabê...
Terminará em breve, tendo fim ou não.
Bj