18/12/2007

O amor, por Gregório de Matos

Definição do Amor

Mandai-me Senhores, hoje
que em breves rasgos descreva
do Amor a ilustre prosápia,
e de Cupido as proezas.
Dizem que de clara escuma,
dizem que do mar nascera,
que pegam debaixo d’água
as armas que o amor carrega.
O arco talvez de pipa,
a seta talvez esteira,
despido como um maroto,
cego como uma toupeira
E isto é o Amor? É um corno.
Isto é o Cupido? Má peça.
Aconselho que não comprem
Ainda que lhe achem venda
O amor é finalmente
um embaraço de pernas,
uma união de barrigas,
um breve tremor de artérias
Uma confusão de bocas,
uma batalha de veias,
um reboliço de ancas,
quem diz outra coisa é besta.

6 comentários:

Anônimo disse...

EM SE TRATANDO DE AMOR NO SENTIDO DE RELACIONAMENTO ENTRE HOMEM E MULHER, ACREDITO NO AMOR, MAS NESSE AMOR!

Henrique Machado disse...

Na opinião do boca do inferno, amor é sexo, talvez
mas valha ressaltar que gregório era escritor barroco por isso indeciso por si só.
adoro este escritor.

Anônimo disse...

tomate cru é vitamina, mas o gregorio foi muito foda!

Anônimo disse...

Esse poema me traz uma recordação de quando o recitei na aula de literatura, ninguem teve coragem, preferiram outros mais leves, fui aplaudido pelo prof°

Gostei muito de seu blog:
Se tiver um tempinho da uma olhada no meu, eu escrevo umas cronicas ironicas, eu acho mediocre mas tem gente que gosta, ta o link aki:
http://coutoandre.wordpress.com

Anônimo disse...

Que droga!
Ninguem nunca coloca o texto inteiro do cara.
Publicar só um fragmento desse texto é um pecado contra a arte de Gregório de Matos.

Anônimo disse...

Ao comentario do dia 25 de julho de 2009
"...homem e mulher... mas nesse amor..."
ah! vá ver se abre a mente e seja menos ignorante!
e é verdade, nunca postam seus textos (de Gregório) inteiros...